A pergunta parece simples, mas não é.
Conhecida como a “fase final” do primeiro cronograma do Open Finance do Brasil, a fase 4 existe para possibilitar que os consumidores compartilhem dados de investimentos (dentre outros).
É uma ampliação do escopo da fase 2 – dados cadastrais, de contas bancárias, cartões e produtos de crédito.
O impacto da fase 4 foi discutido este ano na Febraban Tech. Como retratado por Giovanna Sutto, da InfoMoney | IM+, executivos de empresas como GFT Technologies, Banco do Brasil, Santander e Caixa Econômica Federal exploraram diferentes pontos de vista sobre o que vem a seguir no ecossistema.
Por um lado, otimistas apontam que “a abertura do escopo vai impulsionar a percepção de valor que os consumidores têm do Open Finance” e que os novos dados “devem acelerar a adesão do ecossistema”.
Do outro, os mais céticos pontuam que “a abertura do escopo traz mais desafios do que benefícios e valor para o cliente” — pelo menos no primeiro momento. Principalmente ao considerar que a população brasileira é mais tomadora de crédito do que investidora.
Gostaria de adicionar outro elemento para a discussão:
👉 –– O Open Finance para investimentos já acontece, e não é de hoje.
O mercado de investimentos já convive com agregadores através de soluções de screen scraping/não-reguladas há algum tempo.
Vejamos os exemplos do Íon do Itaú, da Kinvo do BTG ou mesmo do Kokpyt que foi comprado pela Toro/Santander.
A consolidação para o consumidor final acontece, independente dos desafios técnicos que essas soluções trazem.
Isso para não mencionar outras empresas como Gorila, Fliper, Comdinheiro e Trademap. Algumas desenvolveram suas próprias APIs para que tudo funcione, mas ainda, sim, enfrentam desafios naturais desse modelo de atuação.
É muito claro que, em termos de infraestrutura, todo o mercado se beneficiará quando as APIs reguladas estiverem em pleno funcionamento.
Já para o consumidor final, será preciso primeiro ‘substituir’ as tecnologias nas soluções já existentes e em paralelo trabalhar em sua ampliação. Falamos aqui de um público que já tem acesso a consolidadores, situação diferente da enfrentada na fase 2.
Aqui o desafio também é a migração. Antes de trazer novidades para os usuários, precisaremos ser capazes de ‘trocar os motores’ das soluções existentes.
A fase 4 vai, sim, mudar bastante coisa.
No médio prazo.
No início, a maior mudança será encarar o desafio.