Open Finance e o mistério do crescimento econômico sustentável

Como o Open Finance vai ajudar a aumentar o PIB mundial

Como o Open Finance pode aumentar o PIB mundial

O crescimento do PIB não pode ser mais pensado fora de um contexto de desenvolvimento sustentável. Ponto. E tudo isso está intrinsecamente ligado às tecnologias financeiras digitais, especialmente no contexto dos países em desenvolvimento. Em grande parte do mundo, o acesso a serviços financeiros ainda mostra obstáculos significativos. Apesar de avanços notáveis na última década, cerca de 1,7 bilhão de pessoas ao redor do mundo permanecem sem uma conta bancária ou a capacidade de obter crédito, conforme apontam os dados do Banco Mundial. É por isso que a implementação de ecossistemas de inovação como o Open Finance (e suas muitas evoluções possíveis), representa uma ferramenta poderosa para superar desafios econômicos e sociais. 

Mesmo com a crescente acessibilidade, especialmente pensando no universo mobile da América Latina, é visível o quanto pequenas empresas ainda sofrem com o mundo financeiro. Mas existe um porém: problemas extremos de burocracia, infraestrutura precária e soluções financeiras pouco acessíveis personalizadas são oportunidades perfeitas para o compartilhamento de dados – não apenas no acesso a serviços financeiros e melhores condições de crédito, mas também na expansão para áreas como energia, saúde e investimento. Essa evolução pode beneficiar toda a infraestrutura, trazendo eficiência operacional, prevenção de fraudes, alocação otimizada da força de trabalho e redução das fricções na intermediação de dados. Aqui está o futuro (e não estamos falando só de Open Finance).

Um estudo recente da McKinsey & Co. discute o assunto ao estudar o impacto econômico de um sistema financeiro de dados abertos. Segundo a consultoria, economias emergentes podem experimentar um impulso a partir do amadurecimento de seus ecossistemas. Até o momento, mesmo as economias avançadas de compartilhamento de dados não capturaram o valor potencial real de algo como o Open FInance – algo potencialmente significativo em países com problemas de acesso ao sistema financeiro.

A análise indica que a ampla adoção de ecossistemas de Open Finance poderia adicionar de 1 a 1,5% ao PIB até 2030 na União Europeia, no Reino Unido e nos Estados Unidos, chegando a impressionantes 4-5% em países como a Índia, onde micro e pequenas empresas têm mais a ganhar com um acesso mais amplo e sem atritos ao financiamento. É por isso que o interesse global pelo Open Finance está em ascensão.

O caso da Nigéria

Na Nigéria, por exemplo, foi criada a Open Technology Foundation, um grupo sem fins lucrativos, para desenvolver padrões de dados abertos, enquanto na África do Sul, os players do mercado também lideram esforços nessa direção. Muitas nações africanas têm adotado regulamentações de proteção de dados, tomando o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) da UE como exemplo. Na Índia, a infraestrutura está sendo construída com base no Aadhaar, um sistema de identificação digital amplamente conhecido. Isso resultou em uma redução significativa do tempo necessário para preencher formulários financeiros, algo notável em um país conhecido pela burocracia. No Brasil, o Banco Central atua como pioneiro na regulamentação voltada para o consumidor final e na promoção de uma agenda de inovação eficiente.

O fato é que não se pode mais pensar em desenvolvimento sem pensar também em inclusão financeira. E o Open pode ser justamente a estrada para isso em todo o mundo.

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