Já pensou em um mercado financeiro onde avisar um cliente da sua entrada no cheque especial não é um fato relevante, ao ponto de se tornar notícia na imprensa? Que a transparência, bons produtos e serviços fossem regra e não exceção?

Já pensou em um mercado financeiro onde avisar um cliente da sua entrada no cheque especial não é um fato relevante, ao ponto de se tornar notícia na imprensa? Que a transparência, bons produtos e serviços fossem regra e não exceção? 

Pois é, eu já.

Ontem, 21 de setembro, o Nubank anunciou o impacto de um dos casos mais simples e pertinentes do Open Finance: avisar o cliente quando ele entra no cheque especial em outra instituição. 

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Essa ação, simples e rápida, fez com que os usuários economizassem mais de R$ 4 milhões nos últimos 150 dias. Um simples aviso (que a instituição de origem também poderia ter feito, aliás), os usuários passaram a ficar cerca de dois dias a menos do que a média no cheque especial – nada mal ao considerar o preço do produto, né? 

É indiscutível a estratégia e o impacto das ações do Nu no quis diz repeito ao Open FInance. Mas a questão principal é: por que em  pleno 2023 essa estratégia ainda funciona? Se as premissas de foco e centralidade no cliente são verdadeiras no ecossistema (e no mercado), informar aos clientes que estes estão utilizando (muitas vezes sem necessidade) um produto extremamente caro, deveria ser o básico.

A velocidade com que a experiência para o usuário melhora nem sempre se reflete nos eles ou elas precisam. Essa premissa é tão verdadeira que o próprio Banco Central, na figura do Fábio Araújo, no evento Blockchain Festival Rio na última semana, soltou a seguinte frase:

 “Se fosse apenas para melhorar a eficiência das instituições, nós não faríamos o Drex. O objetivo é levar melhorias para o usuário na ponta”.

É seguro dizer que o mesmo se aplica no Open Finance e em toda a agenda de inovação do BC. O foco é criar infraestrutura para aumentar a competição, e tem sido preciso intervir porque os cenários anteriores não eram exatamente satisfatórios.

Muitas soluções e casos de uso já poderiam ter sido feitos anos atrás. Ações de educação financeira, avisos de produtos financeiros caros contratados sem necessidade, comparadores de ofertas, portabilidade, políticas de crédito com dados alternativos (para além dos bureaus). Algumas instituições fizeram mais, outras menos. 

Mas a verdade é que não se trata de uma questão de Open Finance ou Drex, e sim de uma mentalidade. Terão sucesso nesse novo mercado financeiro – muito mais competitivo – aqueles que tiverem a visão do cliente em seu DNA. O Open é mais uma forma de entendê-los, para servi-los melhor. 

Empresas que já vivenciam a centralidade no cliente no seu dia-a-dia continuarão despontando, já que vão incorporar de forma orgânica essa agenda de inovação em um escopo mais amplo. 

Já os demais, se não prestarem atenção, perderão espaço até nas coisas mais simples como um aviso de cheque especial.

Já pensou? 

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